ESG: um diferencial estratégico no mercado atual
Há alguns anos, ESG era uma opção. Hoje, é uma necessidade para as empresas que querem se manter perenes e fortes no mercado.
27.11.2024 - 08:35:00 | 5 minutos de leitura
Uma sigla tem ocupado espaço na agenda de órgãos de alta gestão ao redor do mundo. É o tal ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês). Conselheiros e executivos, preocupados em manter a perenidade de suas organizações, se apressam para incluir essas três letrinhas no planejamento anual dos colegiados o quanto antes. Mas por qual motivo? Descubra a seguir.
ESG: por que esta sigla se tornou tendência no mercado?
Em outubro de 2023, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) lançou a resolução CVM 193 que obriga as companhias abertas a elaborarem e divulgarem relatório de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade a partir do encerramento do ano fiscal de 2026. Esses documentos divulgam dados e informações das empresas a respeito de seus impactos positivos e negativos ao meio ambiente e à sociedade.
Além disso, com o crescimento do Compliance Empresarial, uma prática chamada Due Diligence (devida diligência, em inglês) tem sido amplamente adotada pelas empresas. Trata-se de um “processo abrangente e proativo de identificar e avaliar os impactos sociais, ambientais e econômicos negativos reais e potenciais das decisões e atividades de uma organização ao longo de todo o ciclo de vida de um projeto ou atividade organizacional, visando evitar ou mitigar esses impactos como parte integrante da gestão de riscos” (definição do glossário do ISE/B3).
Com isso, o ESG se tornou não só um diferencial competitivo para fornecedores, mas um fator determinante caso queiram ser contratadas. Essas mudanças no mercado colocam em xeque a perenidade de muitas empresas a longo prazo. É por esse motivo que conselheiros e executivos têm se antecipado na produção de relatórios de sustentabilidade. A necessidade de divulgar relatórios faz com que profissionais de governança e gestores voltem seus olhos para a estratégia ESG, que indica as melhores práticas para negócios que almejam ser mais sustentáveis.
Organizações que adotam a estratégia ESG têm vantagens que vão desde a possibilidade de empréstimos em linhas de créditos especiais do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) até opções exclusivas de negociação de dívidas com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Além do mais, existe uma sorte de alternativas de financiamento para empresas com práticas ESG, bem como incentivos fiscais estaduais e federais.
O que é ESG?
ESG é um termo relacionado às práticas sustentáveis adotadas pelas empresas diante dos desafios da sociedade. A temática ESG foi mencionada pela primeira vez em 2006 no relatório Princípios para Investimento Responsável (PRI) das Nações Unidas, que consiste no Relatório Freshfield e Who Cares Wins (Quem se Preocupa, Ganha, em inglês). O conceito abrange, em sua tradução, as áreas ambiental, social e governança corporativa. Entenda melhor cada uma delas:
Environmental (Ambiental): diz respeito a todo o cuidado com os impactos negativos e positivos ao meio-ambiente, abordando ações como a diminuição das emissões de carbono, compensações dos impactos da empresa etc.;
Social: apoia-se em atividades que garantem equidade e bem-estar social para colaboradores e para a comunidade externa à organização;
Corporate Governance (Governança Corporativa): refere-se à gestão e governança, incluindo boas práticas de transparência, prestação de contas, conformidade com leis e normas etc.
Linha do tempo do ESG:
1987: Publicou-se o Relatório Brundtland, coordenado pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, documento que abriu a discussão internacional a respeito da necessidade de garantir um futuro sustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico.
1992: A ECO-92, também conhecida como Cúpula da Terra, foi uma conferência internacional realizada pela ONU no Rio de Janeiro, em 1992, que reuniu líderes de 178 países para discutir questões ambientais e o desenvolvimento sustentável. O evento marcou um ponto de virada nas discussões globais sobre sustentabilidade ao adotar documentos fundamentais, como a Agenda 21, que propôs estratégias para o desenvolvimento sustentável, e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que mais tarde resultaria no Protocolo de Kyoto. A ECO-92 destacou a necessidade de equilibrar progresso econômico, preservação ambiental e inclusão social, consolidando a sustentabilidade como um tema central nas agendas políticas e empresariais globais.
2006: Os relatórios Who Cares Wins e o Freshfield, lançados pela ONU para explorar os benefícios de incorporar questões ambientais, sociais e de governança (ESG) nas práticas de investimento, inspiraram o lançamento dos Princípios para Investimento Responsável (PRI).
2015: Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criaram uma agenda global para 2030, incentivando empresas a integrar ESG em suas estratégias para um impacto positivo no planeta e na sociedade.
2020: O tema Stakeholder Capitalism no Manifesto Davos 2020 destacou a importância de alinhar os objetivos corporativos com os interesses de todos os stakeholders, fortalecendo ainda mais o conceito de ESG.
Hoje: Com o tempo, foram criadas normas — como o GRI, em 1997, e o SASB, em 2011 —, ajudando as empresas a reportar e monitorar seu impacto de forma mais transparente e comparável. O ESG evoluiu de um conceito emergente para uma prática consolidada e essencial para empresas que desejam prosperar de forma sustentável, atraindo investimentos e gerando valor a longo prazo.
Pode-se dizer, portanto, que ESG é uma pauta urgente para diretorias e conselhos de administração pelas exigências do mercado e, principalmente, pelos benefícios que existem para empresas aderentes. É compreensível que executivos e conselheiros se adiantem para discutir e adotar tal estratégia. Quanto antes, melhor...
Luiz Gustavo dos Anjos Gallas, Redator ESG
Uma sigla tem ocupado espaço na agenda de órgãos de alta gestão ao redor do mundo. É o tal ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês). Conselheiros e executivos, preocupados em manter a perenidade de suas organizações, se apressam para incluir essas três letrinhas no planejamento anual dos colegiados o quanto antes. Mas por qual motivo? Descubra a seguir.
ESG: por que esta sigla se tornou tendência no mercado?
Em outubro de 2023, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) lançou a resolução CVM 193 que obriga as companhias abertas a elaborarem e divulgarem relatório de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade a partir do encerramento do ano fiscal de 2026. Esses documentos divulgam dados e informações das empresas a respeito de seus impactos positivos e negativos ao meio ambiente e à sociedade.
Além disso, com o crescimento do Compliance Empresarial, uma prática chamada Due Diligence (devida diligência, em inglês) tem sido amplamente adotada pelas empresas. Trata-se de um “processo abrangente e proativo de identificar e avaliar os impactos sociais, ambientais e econômicos negativos reais e potenciais das decisões e atividades de uma organização ao longo de todo o ciclo de vida de um projeto ou atividade organizacional, visando evitar ou mitigar esses impactos como parte integrante da gestão de riscos” (definição do glossário do ISE/B3).
Com isso, o ESG se tornou não só um diferencial competitivo para fornecedores, mas um fator determinante caso queiram ser contratadas. Essas mudanças no mercado colocam em xeque a perenidade de muitas empresas a longo prazo. É por esse motivo que conselheiros e executivos têm se antecipado na produção de relatórios de sustentabilidade. A necessidade de divulgar relatórios faz com que profissionais de governança e gestores voltem seus olhos para a estratégia ESG, que indica as melhores práticas para negócios que almejam ser mais sustentáveis.
Organizações que adotam a estratégia ESG têm vantagens que vão desde a possibilidade de empréstimos em linhas de créditos especiais do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) até opções exclusivas de negociação de dívidas com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Além do mais, existe uma sorte de alternativas de financiamento para empresas com práticas ESG, bem como incentivos fiscais estaduais e federais.
O que é ESG?
ESG é um termo relacionado às práticas sustentáveis adotadas pelas empresas diante dos desafios da sociedade. A temática ESG foi mencionada pela primeira vez em 2006 no relatório Princípios para Investimento Responsável (PRI) das Nações Unidas, que consiste no Relatório Freshfield e Who Cares Wins (Quem se Preocupa, Ganha, em inglês). O conceito abrange, em sua tradução, as áreas ambiental, social e governança corporativa. Entenda melhor cada uma delas:
Environmental (Ambiental): diz respeito a todo o cuidado com os impactos negativos e positivos ao meio-ambiente, abordando ações como a diminuição das emissões de carbono, compensações dos impactos da empresa etc.;
Social: apoia-se em atividades que garantem equidade e bem-estar social para colaboradores e para a comunidade externa à organização;
Corporate Governance (Governança Corporativa): refere-se à gestão e governança, incluindo boas práticas de transparência, prestação de contas, conformidade com leis e normas etc.
Linha do tempo do ESG:
1987: Publicou-se o Relatório Brundtland, coordenado pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, documento que abriu a discussão internacional a respeito da necessidade de garantir um futuro sustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico.
1992: A ECO-92, também conhecida como Cúpula da Terra, foi uma conferência internacional realizada pela ONU no Rio de Janeiro, em 1992, que reuniu líderes de 178 países para discutir questões ambientais e o desenvolvimento sustentável. O evento marcou um ponto de virada nas discussões globais sobre sustentabilidade ao adotar documentos fundamentais, como a Agenda 21, que propôs estratégias para o desenvolvimento sustentável, e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que mais tarde resultaria no Protocolo de Kyoto. A ECO-92 destacou a necessidade de equilibrar progresso econômico, preservação ambiental e inclusão social, consolidando a sustentabilidade como um tema central nas agendas políticas e empresariais globais.
2006: Os relatórios Who Cares Wins e o Freshfield, lançados pela ONU para explorar os benefícios de incorporar questões ambientais, sociais e de governança (ESG) nas práticas de investimento, inspiraram o lançamento dos Princípios para Investimento Responsável (PRI).
2015: Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criaram uma agenda global para 2030, incentivando empresas a integrar ESG em suas estratégias para um impacto positivo no planeta e na sociedade.
2020: O tema Stakeholder Capitalism no Manifesto Davos 2020 destacou a importância de alinhar os objetivos corporativos com os interesses de todos os stakeholders, fortalecendo ainda mais o conceito de ESG.
Hoje: Com o tempo, foram criadas normas — como o GRI, em 1997, e o SASB, em 2011 —, ajudando as empresas a reportar e monitorar seu impacto de forma mais transparente e comparável. O ESG evoluiu de um conceito emergente para uma prática consolidada e essencial para empresas que desejam prosperar de forma sustentável, atraindo investimentos e gerando valor a longo prazo.
Pode-se dizer, portanto, que ESG é uma pauta urgente para diretorias e conselhos de administração pelas exigências do mercado e, principalmente, pelos benefícios que existem para empresas aderentes. É compreensível que executivos e conselheiros se adiantem para discutir e adotar tal estratégia. Quanto antes, melhor...
Luiz Gustavo dos Anjos Gallas, Redator ESG
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